Doma tradicional e doma racional: qual é a melhor para o cavalo crioulo?

Conforme explica o senhor Aldo Vendramin, o Cavalo Crioulo, símbolo de resistência e versatilidade nos campos do sul do Brasil, exige cuidados específicos em seu treinamento para atingir todo seu potencial. Entre os principais métodos utilizados na sua formação estão a doma tradicional e a doma racional. Ambos têm defensores e características distintas, com impactos diretos no temperamento, bem-estar e performance do animal.
Neste artigo, comparamos esses dois estilos de doma para ajudar criadores e treinadores a tomarem uma decisão consciente e eficaz.
O que caracteriza a doma tradicional e como ela impacta o cavalo?
A doma tradicional é um método antigo, enraizado nas práticas campeiras, geralmente mais rápido e com foco na obediência imediata do cavalo. Muitas vezes, ela envolve o uso de pressão física e imposição de autoridade para dominar o animal, o que pode gerar medo e resistência. Esse tipo de abordagem, embora eficaz em situações de controle imediato, pode prejudicar o relacionamento entre cavalo e cavaleiro a longo prazo, afetando o temperamento e o bem-estar do animal.

Embora eficiente para produzir resultados rápidos, essa abordagem pode afetar negativamente o temperamento do cavalo, tornando-o mais agressivo ou retraído. No caso do Cavalo Crioulo, que é naturalmente sensível e inteligente, esse tipo de doma pode comprometer sua confiança e disposição para o trabalho. Ainda assim, como expõe Aldo Vendramin, muitos domadores experientes buscam adaptar o método tradicional para torná-lo menos agressivo.
Como a doma racional se diferencia e quais são seus benefícios?
A doma racional prioriza o entendimento do comportamento do cavalo, respeitando seus instintos e promovendo a confiança mútua entre animal e treinador. Ao invés de impor, o domador busca ensinar por meio da repetição, paciência e recompensas, criando um vínculo mais sólido com o cavalo. Esse método leva em consideração a individualidade de cada animal, permitindo um desenvolvimento mais gradual e harmonioso, com menos riscos de trauma físico e psicológico.
Esse processo tende a ser mais lento no início, mas gera resultados mais duradouros e positivos no temperamento do Crioulo. Animais domados racionalmente costumam ser mais cooperativos, tranquilos e confiantes, o que favorece o desempenho em provas funcionais e no trabalho de campo. Além disso, como ressalta Aldo Vendramin, reduz o risco de lesões físicas e emocionais, tanto no animal quanto no treinador.
Qual método oferece melhor performance para o Cavalo Crioulo?
Segundo o empresário Aldo Vendramin, a performance do Cavalo Crioulo depende de vários fatores, mas o modo como ele é domado tem influência direta em sua disposição, confiança e obediência. A doma racional, por exemplo, por respeitar o tempo de aprendizado e promover o bem-estar do animal, tende a formar cavalos mais equilibrados e eficientes a longo prazo.
Isso se reflete em melhores resultados nas competições, como a prova de Freio de Ouro, e em um comportamento mais estável nas lidas diárias do campo. Já a doma tradicional pode acelerar o início do uso do animal, mas corre o risco de criar vícios ou reações negativas em situações de estresse. Portanto, a escolha do método deve considerar não só a rapidez, mas a qualidade da formação do cavalo.
Por fim, ao comparar a doma tradicional com a doma racional, fica evidente que o bem-estar e a performance do Cavalo Crioulo estão mais alinhados com os princípios da doma racional. Embora o método tradicional ainda tenha espaço, especialmente entre os mais experientes, ele exige cuidados para não comprometer o temperamento do animal. Para Aldo Vendramin, investir em um treinamento consciente é o caminho mais seguro para garantir resultados consistentes e a plena expressão do potencial do Cavalo Crioulo.
Autor: Ziezel Xya